Bem vindos

O crescimento da Associação Orquidófila Piracicabana - ORQUIPIRA foi a mola propulsora para a criação deste canal de comunicação, já que realizamos inúmeras atividades e nem sempre a divulgação dos eventos era feita de modo adequado. Utilize este espaço para sugerir, opinar, criticar, divulgar eventos relacionados a orquidofilia. Queremos fazer deste blog uma ferramenta importante para cada aficcionado pelas orquídeas.

Saudações orquidófilas

Robinson Viegas dos Reis
Presidente da ORQUIPIRA

Noções Básicas de Cultivo

É muito difícil generalizar em poucas palavras, o básico no cultivo, da maior família de plantas floríferas. São mais de 20.000 espécies (segundo os diversos autores este número pode variar de 17.000 a mais de 30.000), presentes em todas as regiões do planeta, com excessão das geleiras permanentes e desertos muito rigorosos.
De acordo com o local onde preferencialmente vegetam as espécies, elas podem ser classificadas em:

• epífitas → são aquelas que vegetam apoiadas, aderidas em árvores e arbustos. Representam a maioria das plantas com interesse comercial e portanto aquelas presentes em coleção por serem mais facilmente encontradas. Ao contrário do que muitos acreditam, as orquídeas não são parasitas, pois nada retiram da planta que lhe serve de suporte, utilizando a mesma apenas como apoio.

• rupícolas → aquelas que vegetam preferencialmente sobre rochas. Esta característica interfere muito no cultivo, pois em geral são plantas expostas a altos índices de luminosidade

• terrestres → Habitam o solo das matas e campos. Muitas vivem em terrenos pantanosos. Em geral temos plantas com preferência por cultivo mais sombreado e com maior umidade (existem muitas excessões).

Planta Epífita

Planta Rupícola

Planta Terrestre
Podemos encontrar a mesma espécie vegetando em condições diferentes daquela preferencial. Descrevemos o padrão do local de vegetação baseados no fato de ser o mais frequente e não por ser  o único. Existem ainda plantas com hábito saprófita, que vegetam em material em decomposição, subterrâneas e até mesmo aquáticas, todas muito mais raras e de pouco interesse para colecionadores, visto a imensa dificuldade de cultivo que representam.
Outra classificação importante para o cultivo é aquela baseada na forma de crescimento da planta:

• Simpodial → Diz-se da planta com crescimento horizontal. A divisão da planta para obtenção de novos vasos é feita pela secção do rizoma, desde que cada parte da planta possua pelo menos 3 pseudobulbos para maior garantia de sobrevivência da mesma.
Crescimento Simpodial

• Monopodial → Plantas com crescimento vertical. Para dividirmos a planta é necessário cortá-la ao meio, desde que a parte superior e inferior possuam raízes e folhas(no desenho abaixo a área para o corte esta denominada caule principal).

Crescimento Monopodial
- Luz: fonte de vida para as orquídeas.

A luminosidade é outro fator muito importante para a saúde das plantas. Cada espécie possui uma quantidade ideal de luminosidade e como possuímos em nossas coleções uma grande diversidade de plantas, é importante observarmos dentro do nosso espaço de cultivo as áreas com diferentes incidências de luz. Plantas com falta de luminosidade tendem a apresentar crescimento excessivo e com pouca resistência (estiolamento - crescem muito mas ficam moles, sem firmeza) e geralmente não florescem. Como a luminosidade é baixa, a planta produz grande quantidade de clorofila, deixando as folhas com coloraçãio verde escura (verde garrafa). O excesso de luz ao contrário deixa as plantas amareladas. Observando a planta, iremos escolher o local ideal, para que ela tenha aspecto saudável e floresça periodicamente. Plantas que florescem com regularidade (em geral uma vez ao ano), e normalmente na mesma época, estão saudáveis e indicam um bom cultivo.

- Umidade: água é vida!

A umidade é outro fator importante no cultivo das orquídeas. Não devemos confundir umidade com regas. A umidade é a quantidade de vapor de água presente na atmosfera e que é absorvido tanto pelas folhas (por estruturas chamadas estômatos), quanto por raízes em contato com o ar. Muitas plantas vivem em matas úmidas, na beirada de rios, córregos e cachoeiras, com umidade relativa muito alta. A rega excessiva do substrato pode levar ao apodrecimento das raízes. Sempre que a umidade relativa estiver muito baixa, devemos molhar o chão e as estruturas ao redor das plantas, tantas vezes quanto necessário ou que nosso tempo permita, pois esta água não fará mal as plantas. Muitos orquidófilos mantém em seus orquidários fontes, cascatas, lagos ou qualquer outra recipiente com água, melhorando a umidade do ar.Como regra geral só devemos regar novamente o vaso após observarmos que o substrato está seco.
A frequência das regas irá variar de acordo com o local de cultivo, devido a diferença de luminosidade, umidade ambiente, temperatura, ventilação, tipo de vaso utilizado.
Cada tipo de vaso ou outra forma de cultivo tem vários aspectos positivos e negativo, não existindo portanto uma solução única e ideal.

• vasos de barro → por permitirem a transpiração, o substrato seca com maior rapidez, evitando o erro comum nos novatos de matarem suas plantas por excesso de água. Infelizmente apresentam um custo bem maior, um peso elevado e nem sempre compatível com a estrutura do orquidário quando este é suspenso e por criar muito limo em sua superfície é necessário sua limpeza quando enviamos nossas plantas para exposições. São geralmente os preferidos pelos colecionadores. As raízes aderem firmemente a sua superfície, existindo orquidófilos que mantém as plantas no vaso sem substrato e até produtos específicos para o cultivo sem substrato ("pau de barro").
Pau de barro - tipo de vaso oco onde a planta é amarrada fora do mesmo enquanto seu interior é usado como recipiente para água

• vasos de plástico → Muito mais leves e baratos, não criam limo em sua superfície, podendo ser limpos facilmente com um pano úmido..Por diminuírem a necessidade de regas, economizam água, sendo benéficos ao meio ambiente hoje tão carente por recursos hídricos. Aumentam a chance de morte das raízes por excesso de água. As raízes das plantas não aderem a sua superfície o que facilita o replante, mas aumenta o risco de desplante acidental no transporte, principalmente com substratos como casca de pinus.


• cachepot de madeira → Neles o substrato seca com rapidez. Permitem boa aeração das raízes. No cultivo de plantas monopodiais (Vandaceas) que gostam de muitas regas, mas com rapida secagem, são utilizados sem substrato, servindo apenas de apoio.

Cachepot em madeira
- Substratos: com o que plantar nossas orquídeas?

Um novo desafio surgiu para o cultivo após a proibição da extração e venda do xaxim (Dicksonia sellowiana). Vários substratos foram testados, mas nenhum com as mesmas características, obrigando o orquidófilo a adaptar suas técnicas de rega, adubação, periodicidade de replante, tipo de vaso, profilaxia de doenças.

Dicksonia sellowiana - xaxim
Substratos como casca de pinus, pedaços de madeira, brita, carvão, casca de macadâmia apresentam baixa retenção de umidade. A fibra de coco apresenta rápida degradação, obrigando a frequentes replantes o que irá retardar o crescimento da planta. O musgo (sphagnum) nacional ou Chileno, apresenta uma fazoável durabilidade, boa retenção da umidade e média aeração das raízes. Inúmeros outros substratos foram testados: sementes de açaí, fibra de piaçava, casca de arroz carbonizada, casca de peroba, sabugos de milho...
Como nenhum deles apresenta todas as características desejáveis de um bom substrato, hoje a orquidofilia moderna busca criar mix de produtos, aliando as melhores características de cada um deles. A nossa Associação está produzindo um substrato de grande sucesso, com vários produtos de excelente qualidade (boa parte deles importados) e que foi batizado de ORQUIPIRAMIX. Todos os resultados observados até o momento são muito animadores. Experimente.
Planta cultivada sobre casca de peroba. O cachepot serve de apoio e melhora a apresentação
- Adubação: o alimento de nossas plantas!

Não menos importante que todas as etapas descritas até agora é a adubação regular de nossas plantas. As orquídeas apresentam crescimento lento e portanto necessitam de pequenas doses de adubo aplicados regularmente.
Os adubos são divididos basicamente em duas categorias:

• adubos químicos → Compostos por vários macro e micronutrientes, apresentam rápida absorção. Os adubos apresentam várias formulações, caracterizadas pelo teor de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K). Sempre que observarmos as formulações dos adubos químicos, encontraremos valores como 8 8 8, 20 20 20, 9 45 15 e nestes casos sempre estará mantida a ordem N P K e os números referem-se a proporção de cada um dos compostos. Podem ser sólidos ou líquidos e ambos devem ser diluídos para aplicação em toda a planta (folhas, raízes, substrato). Os adubos com os 3 números iguais como 8 8 8, 20 20 20 são ditos balanceados e devem ser usados rotineiramente como  principal produto. Os adubos com mais nitrogênio (30 10 10) favorecem o crescimento da planta, sendo indicados para mudas, mas apresentam risco de estiolamento pelo excessivo crescimento. Níveis elevados de fósforo favorecem a floração ( 9 45 14). 
Também são macronutrientes o cálcio, magnésio e enxofre e micronutrientes o boro, cloro, zinco, cobre, ferro, manganês e molibdênio. Devemos lembrar que o adubo mais usado pelos orquidófilos, o Peters 20 20 20, não contém cálcio e magnésio, sendo obrigatória a utilização do Peters Excel Cal Mag, com formulação 15 5 15 mais cálcio e magnésio. Geralmente utilizamos duas aplicações de 20 20 20 para uma de 15 5 15, com periodicidade semanal ou quinzenal.

• adubos orgânicos → Produzidos a partir de vários produtos como farinha de osso, torta de mamona, cinzas, extratos de peixe, etc. Quando líquidos devem ser diluídos e aplicados por pulverização e quando sólidos (adubo AOSP, Bokashi) devem ser colocados em pequena quantidade no substrato e necessitam passar por um processo de "degradação/digestão" para liberar as moléculas passíveis de serem absorvidas pelas raízes. O adubo AOSP, produzido pela Associação Orquidófila de São Paulo, com grande predominância de membros orientais, é chamado de viagra das orquídeas e possui uma fórmula guardada a sete chaves.

Para evitar quarquer deficiência nutricional em nossas plantas, a maioria dos orquidófilos utilizam adubos químicos de variadas formulações associados aos adubos orgânicos.
A partir destas poucas informações, será possível manter com saúde as nossas orquídeas.
Em breve apresentaremos também noções básicas de replante. Aguarde.

-Obs: qualquer dúvida entre em contato com orquipira@gmail.com ou pelo próprio blog.

Um comentário:

Eliane disse...

Ganhei orquídea phalaenopsis,quando caiu as flores saiu uma Folha nova e começou a brotar 2 hastes florais no 3 nó! Fiquei super feliz!ela está cheia de botões, mas agora as folhas começaram a amarelar!o que eu devo fazer?uso o fertilizante 10 10 10 a cada 15 dias!não queria que ela morresse!o que devo fazer?por favor