Bem vindos

O crescimento da Associação Orquidófila Piracicabana - ORQUIPIRA foi a mola propulsora para a criação deste canal de comunicação, já que realizamos inúmeras atividades e nem sempre a divulgação dos eventos era feita de modo adequado. Utilize este espaço para sugerir, opinar, criticar, divulgar eventos relacionados a orquidofilia. Queremos fazer deste blog uma ferramenta importante para cada aficcionado pelas orquídeas.

Saudações orquidófilas

Robinson Viegas dos Reis
Presidente da ORQUIPIRA

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Miltonia moreliana

Recentemente apresentei as fotos de uma Miltonia moreliana, que havia sido eleita a melhor planta da noite em uma das reuniões da ORQUIPIRA. Como dito na época, tratava-se de uma planta jovem, mas de grande potencial, devido o tamanho, a forma e a cor intensa de suas flores, ressaltando a existência de grandes touceiras de plantas de ótima qualidade da espécie.
Ontem em visita ao Fernando Olitta, revi um de seus espetaculares vasos de Miltonia moreliana. É certo que as flores já estavam um pouco passadas, mas vale o registro para que tenhamos referência do potencial desta incrível espécie. Admirem as fotos e tratem de cultivar sua plantas que este é o objetivo a ser alcançado.



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

As orquídeas na pré-história

Quem já parou para refletir na evolução das  orquídeas da mesma forma como estudamos os dinossauros ou aparecimento do Homo sapiens. Se estudar as orquídeas atuais já não constitui tarefa fácil, pela sua diversidade, variabilidade, baixo interesse comercial, o que dizer de estudar espécimes de milhões de anos atrás. Uma outra dificuldade intrínseca a este estudo, é a prevalência das orquídeas em ambientes quentes e úmidos, o que prejudica a formação de fósseis, por facilitar a decomposição da matéria orgânica. Encontrar restos intactos de orquídeas que viveram a milhões de anos não é frequente. Muito mais raro é encontrar-se restos florais, pois estas tem curta duração e provavelmente surgiriam apenas uma vez ao ano como ainda o fazem nos dias atuais.
Em 2000, na República Dominicana, encontrou-se um raro fóssil preservado em âmbar, de um polinário (massa de pólen) preso a uma abelha. Segundo um dos autores do estudo, o biólogo argentino Rodrigo Singer, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, este constitui o primeiro fóssil de uma orquídea .
Acreditava-se que as orquídeas teriam surgido na terra há aproximadamente 2,5 milhões de anos, juntamente com a evolução do homem, mas o achado deste fóssil que foi datado de 15 a 20 milhões de anos, faz crer que os primeiros ancestrais das orquídeas tenham surgido na era dos dinossauros, há mais de 80 milhões de anos.
A espécie pré-histórica de orquídea foi batizada de Meliorchis caribea e faria parte da subtribo Goodyerinae, com representantes existentes até os dias atuais (possui aproximadamente 35 gêneros, sendo cinco deles existentes no Brasil: Aspidogyne, Ligeophila, Microchilus,  Platythelys, Rhamphorhynchus). Os autores acreditam que a grande diversificação das espécies de orquídeas tenha ocorrido após o desaparecimento dos dinossauros, algo em torno de 65 milhões de anos atrás.
Infelizmente Meliorchis caribea é assunto só para a imaginação e não para coleção. Vale o conhecimento.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O uso do Cymbidium madidum na medicina aborígene

Apesar de constituir a maior ou uma das maiores famílias vegetais, as orquídeas apresentam muito poucos usos, além da utilização para decoração. Já discutimos em outras postagens o uso alimentício e medicamentoso de algumas espécies de orquídeas.
Ampliando a relação das plantas com uso medicinal, devemos citar o Cymbidium madidum, nativo da Austrália. Os aborígenes consomem seu bulbo mucilaginoso para o tratamento de diarréias e existe uma lenda local que dá propriedades contraceptivas às sementes da planta. Em 1971 um grupo de pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderados pedo prof. Dr. Joseph Arditti realizou estudos sobre suas propriedades. Fica a dica para quem visitar a Austrália .
Cymbidium madidum


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sementeira X Meristema - Surge uma nova variedade de Cattleya dormaniana

Nós colecionadores buscamos sempre o espécime mais raro e exótico, tornando-se verdadeira coqueluche a venda de um lote de meristemas destas preciosidades. Muitas vezes esquecemos que não exploramos toda a potencialidade genética de uma espécie e que o aparecimento de clones superiores ou novas variedades dependem exclusivamente da produção de cruzamentos ou auto-fecundações para que com a recombinação genética, características recessivas e portanto não expressas nos pais possam manifestar-se. A família Morimoto, proprietária do orquidário colibri, produz grande quantidade de espécies, utilizando o cruzamento de clones superiores e permitindo o aparecimento de plantas realmente extraordinárias.
Uma das espécies produzidas pelo orquidário é a Cattleya dormaniana, planta raramente encontrada para compra. Famosa pela sua dificuldade de cultivo, fato este minimizado pela produção de mudas a partir de sementes, pois aquelas que chegam para venda são as mais aclimatadas e resistentes, a Cattleya dormaniana que é endêmica do Rio de Janeiro (Serra dos Órgãos) tem como tipo para a espécie flores em vários tons de verde oliva e marrom e labelo com lobos laterais rosados e lobo central com coloração mais  intensa. São valorizados os clones de flores muito escuras e de boa forma.
Cattleya dormaniana tipo (fonte: Orchidstudium)
Tem seu habitat em áreas de elevada umidade e com altitudes ao redor de 600 a 1000 metros. No cultivo é importante mantê-las em condições parecidas ao seu habitat, principalmente em relação a umidade, pois não possuem grandes reservas em seus bulbos (como toda Cattleya bifoliada), o que torna muito difícil sua recuperação após uma injúria. Existem duas variedades descritas:
- a semi-alba, que apesar de rara possui várias plantas em coleções. Tem sépalas e pétalas verdes com o s lobos laterais do labelo brancos e o lobo central rosa escuro.
- alba- descrita por Lou Menezes em 1991, possui pétalas e sépalas verdes e labelo branco. Exceto a descrição nunca vi a planta ou mesmo uma foto. Raríssima.
Cattleya dormaniana semi-alba (foto: Fernando Terra Marzan)

A ORQUIPIRA mantém em seu ponto de vendas localizado no varejão da Paulista todos os sábados, várias mudas produzidas pelo orquidário colibri. Em um dos lotes de plantas a venda, existiam algumas Cattleya dormaniana, cruzamento de plantas tipo, que  após semanas sem despertar a paixão de um colecionador, acabaram sendo acolhidas no meu orquidário.
A primeira destas mudas floriu na semana passada, ainda pequena e jovem, mas já com 3 frentes e para minha surpresa deparei com uma nova variedade:
- albescens ou coerulescens?: planta com pétalas e sépalas verde claro e labelo com lobos laterais brancos e lobo central de suave tom rosa azulado.
Mais uma vez fica evidente a importância dos cruzamentos realizados por orquidários sérios, pois muito ainda temos que descobrir. 
Fica apenas a lembrança que existem outras irmãs desta planta no orquidário de casa. Começo a torcer agora pela alba ou quem sabe que outra variedade. Como diz a música: "Sorte tem quem acredita nela".







quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Planta da noite - 15/02/2011 - Solenidium lunatum

Ontem a noite na reunião da ORQUIPIRA elegeu-se mais uma vez a melhor planta da noite. A vencedora foi um Solenidium lunatum com 8 hastes florais.
O gênero Solenidium proposto por John Lindley em 1846 possui 3 espécies aceitas:
- Solenidium lunatum - anteriormente incluído no gênero Oncidium. O Solenidium mattogrossense é considerado sinônimo do S. lunatum. Encontrado em toda a América tropical. Apesar de sua ampla distribuição não é considerado planta de fácil cultivo, sendo rara sua aparição em exposições. Foi descrito em 1914 por Lindley e posteriormente modificado por Schlechter.
- Solenidium portillae - encontrado apenas no Equador e descrito em 2003 por Dalström & Whitten.
- Solenidium racemosum - é a planta tipo do gênero (descrito em 1846 por John Lindley). Encontrado na Colômbia, Venezuela e Brasil. Anteriormente incluído no gênero Oncidium.







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Nota de falecimento

Aparentemente acaba de falecer o novo sistema de classificação da CAOB, utilizando apenas as médias. Acaba de ser modificado o ranking no site oficial da CAOB, utilizando-se novamente o critério de número total de pontos. Piracicaba acordou hoje em segundo lugar, passou para primeiro a tarde, na mudança do sistema de avaliação e no mesmo dia voltou para segundo lugar. Quanta mudança em um só dia!
Esperamos com isto que seja decretado o óbito do absurdo sistema de médias. Vamos agora nos concentrar em Batatais, pois a jornada está apenas começando.
Cultivem bem suas plantas.

Os novos critérios de avaliação da CAOB

Não existe a menor dúvida de que muitas mudanças precisam ser feitas na organização das exposições nacionais de orquídeas coordenadas pela CAOB. Somos muitas entidades filiadas, em constante crescimento, mas ainda com pouco ou nenhum apoio das cidades que sediam a exposição. Como é difícil encontrar um espaço de tamanho adequado para realizar o evento, abrigado do sol e das intempéries, de fácil acesso, boa luminosidade, de preferência fresco, com infra-estrutura de banheiros, água...Muitas entidades passam por dificuldades financeiras, com poucos sócios, com membros muito interessados mas pouco preparados. Faz-se necessário que o foco para o desenvolvimento da CAOB e da orquidofilia nacional tenha seu planejamento executado com medidas de curto, médio e longo prazo. De forma quase que emergencial, surgiram propostas feitas pela diretoria executiva da CAOB, buscando elevar a qualidade das plantas expostas e diminuir um pouco o número total de plantas, já que algumas exposições já não conseguiam acomodar o crescente número de plantas. A proposta que surgiu analisa simplesmente a média obtida entre o número de plantas do associado e a somatória das notas recebidas. Cria-se com este critério um abismo entre o resultado obtido e a verdade dos fatos. Tomemos como exemplo apenas uma das dezenas de situações ocorridas em Leme neste final de semana: o campeão individual da exposição pelo critério média foi um associado de Catanduva que participou com apenas UMA planta pontuada com sete pontos (média 7) enquanto que o campeão da exposição em número total de pontos, que participou com incríveis 27 plantas, totalizando 114 pontos, ficou classificado em 79º lugar.
Não está em discussão a qualidade de cada uma das plantas ou do cultivo de cada expositor, mas não podemos esquecer que o custo financeiro e o tempo investido em montar e cuidar de uma coleção que permite participar de uma exposição com 27 plantas floridas devem ser respeitados. 
Precisamos sim melhorar o nível das plantas expostas. Plantas mal cultivadas, sem identificação correta, sem as qualidades mínimas exigidas da espécie, não deveriam fazer parte das coleções ou pelo menos não das exposições. Cabe a cada Associação formar seus membros, criando melhores orquidófilos e orquidólogos. Ouvir que uma planta não deve ser enviada para a exposição, ao invés de gerar desgosto, raiva, inimizades, deveria gerar vontade de aprender e conhecer melhor sobre aquela espécie. Como melhorar seu cultivo, qual é o potencial da espécie em número, tamanho e forma das flores, possibilidades de apresentação, preparo do vaso ...
Tenho certeza que o atual critério não pode e não deverá perdurar e portanto novas propostas devem ser oferecidas. Neste final de semana em Leme muito já foi dito e agora aguardamos uma solução.
As mudanças serão muito bem vindas, mas é necessário que signifiquem sempre um avanço. Participe e de sua contribuição para que uma medida mais coerente e eficaz seja adotada.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Primeiro pódio do ano

Como não poderia deixar de ser, Piracicaba carimba sua presença em Leme com o primeiro pódio do ano. O Lanium avicula da Regina estava realmente espetacular. Lembrem-se que este ano temos mudanças e que só a melhor planta de cada uma das categorias será premiada. parabéns Regina.

Começam as exposições de 2011

Neste final de semana  retomamos o circuito de exposições e nosso primeiro encontro será em Leme. Piracicaba estará representada com 43 plantas de 9 associados (salvo qualquer mudança de última hora).
Apesar de possuirmos mais plantas do que estas que serão expostas, uma inesperada, nada divulgada e descabida mudança proposta pela CAOB, obrigou-nos a rever os critérios de escolha de plantas. Segundo a nova norma proposta, será avaliada a média e não os pontos feitos pela associação para elaboração do ranking anual, ou seja, quem levar apenas uma planta e fizer 6 pontos e portanto média 6, ficará melhor classificado que aquele que levar 100 plantas nota 5 e portanto média 5???????
Concordamos que as exposições ficaram muito grandes e que já não temos espaço para plantas inferiores, mas outras soluções devem ser consideradas, pois caso contrário faremos exposições onde cada associação participará com apenas uma planta PARA NÃO PREJUDICAR A MÉDIA.
Conversamos com a diretoria da CAOB e acertamos uma rodada de negociações para o domingo em Leme. Aguardem novidades.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Expo Piracicaba Show

Devido a vários fatores alheios a vontade da Associação Orquidófila Piracicabana, informamos com pesar que a Exposição marcada para este final de semana não será realizada. Depois de muitos anos realizando o evento no mês de fevereiro, fomos vencidos pelas intensas chuvas do período que prejudicaram a qualidade e quantidade de plantas disponíveis para o evento, assim como pela grande dificuldade em obter apoio, inviabilizando arcar com os crescentes custos na organização da exposição, além dos entraves burocráticos de sempre.
Cientes de nosso papel e da expectativa criada em torno do evento, comprometemo-nos em realizar uma exposição em data a ser oficialmente divulgada, ainda neste primeiro semestre. Nossa exposição agendada para agosto de 2011 ocorrerá normalmente como em todos os anos.
Desculpamo-nos mais uma vez, e contamos com a compreensão de todos. 
saudações orquidófilas.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Keith Richards acusado de matar orquídea

A notícia apesar de não ser importante é bastante inusitada. Segundo o site do NY Daily News, durante um evento para o lançamento da autobiografia de Keith Richards, em uma biblioteca pública de Nova York, o rock star fumava ao lado de uma Phalaenopsis amabilis e jogava as cinzas do cigarro em seu vaso. Segundo a bibliotecária local e dona da planta, 4 dias após a mesma estava morta. O fato aconteceu em novembro de 2010 e apesar da perda, uma das diretoras do local diz que ainda considera o astro um cavalheiro.
Coitada da planta, mais uma vitima nas estatísticas da mortalidade do tabaco. O ministério da saúde e agora o IBAMA também, advertem que fumar é prejudicial a saúde das pessoas e das orquídeas.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Maior orquídea do mundo floresce em Brasília

A espécie Grammatophyllum speciosum, natural da Malásia, Indonésia, Nova Guiná e Filipinas é considerada a maior orquídea do mundo, não pelo tamanho em altura, mas principalmente pelo peso gigantesco que suas touceiras podem atingir. Em 1851 em uma Exposição no Palácio de Cristal de Londres foi exibido um exemplar com aproximadamente 2 toneladas.
O exemplar que floresceu pela primeira vez no Orquidário Nacional do IBAMA em Brasília no dia 01/02/11 ainda é jovem, mas já está com 2,5 metros de altura, com 19 hastes florais de até 3 metros, totalizando mais de 400 flores. A planta foi presente do colecionador pernambucano Odilon Cunha há 5 anos. 
A equipe do Ibama aproveitou a floração para realizar um cruzamento entre o Grammatophyllum e o Cyrtopodium brandonianum, em busca de um novo híbrido. Vamos aguardar para ver o resultado.
Planta florida do IBAMA
Imagem de uma outra planta de grande porte

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Melhor planta da noite - 01/02/11

Nesta semana quem trouxe a melhor planta da noite foi o Christian. Sua Miltonia moreliana apesar de ainda jovem apresenta grande potencial, visto suas flores grandes, escuras e de boa forma. A planta do Christian é filha de um cruzamento feito pela Lucia Morimoto do Orquidário Colibri com uma planta excepcional de sua coleção. Este lote está florindo agora e já vi várias plantas dignas de coleção (fica a dica).
A Miltonia moreliana era considerada anteriormente uma variedade da Miltonia spectabilis, mas devido a grande diferença no tamanho da flor, largura do labelo e cor, hoje é considerada espécie distinta. Originãria dos estados de AL, PE, BA e ES, é planta de fácil cultivo e rápido crescimento, aparecendo grandes touceiras em exposições. Existe também uma variedade alba desta espécie.
São aceitas hoje, 9 espécies de Miltonia:
1 - Miltonia candida                    2 - Miltonia clowesii                       3 - Miltonia cuneata
4 - Miltonia flavescens                5 - Miltonia kayasimae                     6 - Miltonia moreliana
7 - Miltonia regnellii                   8 - Miltonia russelliana                     9 - Miltonia spectabilis

Vista lateral da flor (muito plana)