Não existe a menor dúvida de que muitas mudanças precisam ser feitas na organização das exposições nacionais de orquídeas coordenadas pela CAOB. Somos muitas entidades filiadas, em constante crescimento, mas ainda com pouco ou nenhum apoio das cidades que sediam a exposição. Como é difícil encontrar um espaço de tamanho adequado para realizar o evento, abrigado do sol e das intempéries, de fácil acesso, boa luminosidade, de preferência fresco, com infra-estrutura de banheiros, água...Muitas entidades passam por dificuldades financeiras, com poucos sócios, com membros muito interessados mas pouco preparados. Faz-se necessário que o foco para o desenvolvimento da CAOB e da orquidofilia nacional tenha seu planejamento executado com medidas de curto, médio e longo prazo. De forma quase que emergencial, surgiram propostas feitas pela diretoria executiva da CAOB, buscando elevar a qualidade das plantas expostas e diminuir um pouco o número total de plantas, já que algumas exposições já não conseguiam acomodar o crescente número de plantas. A proposta que surgiu analisa simplesmente a média obtida entre o número de plantas do associado e a somatória das notas recebidas. Cria-se com este critério um abismo entre o resultado obtido e a verdade dos fatos. Tomemos como exemplo apenas uma das dezenas de situações ocorridas em Leme neste final de semana: o campeão individual da exposição pelo critério média foi um associado de Catanduva que participou com apenas UMA planta pontuada com sete pontos (média 7) enquanto que o campeão da exposição em número total de pontos, que participou com incríveis 27 plantas, totalizando 114 pontos, ficou classificado em 79º lugar.
Não está em discussão a qualidade de cada uma das plantas ou do cultivo de cada expositor, mas não podemos esquecer que o custo financeiro e o tempo investido em montar e cuidar de uma coleção que permite participar de uma exposição com 27 plantas floridas devem ser respeitados.
Precisamos sim melhorar o nível das plantas expostas. Plantas mal cultivadas, sem identificação correta, sem as qualidades mínimas exigidas da espécie, não deveriam fazer parte das coleções ou pelo menos não das exposições. Cabe a cada Associação formar seus membros, criando melhores orquidófilos e orquidólogos. Ouvir que uma planta não deve ser enviada para a exposição, ao invés de gerar desgosto, raiva, inimizades, deveria gerar vontade de aprender e conhecer melhor sobre aquela espécie. Como melhorar seu cultivo, qual é o potencial da espécie em número, tamanho e forma das flores, possibilidades de apresentação, preparo do vaso ...
Tenho certeza que o atual critério não pode e não deverá perdurar e portanto novas propostas devem ser oferecidas. Neste final de semana em Leme muito já foi dito e agora aguardamos uma solução.
As mudanças serão muito bem vindas, mas é necessário que signifiquem sempre um avanço. Participe e de sua contribuição para que uma medida mais coerente e eficaz seja adotada.
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