O retrocesso e a estagnação na orquidofilia

A vergonha não é não saber, mas sim não querer evoluir, mudar. Digo isto porque acabo de ler no site da CAOB, que a tão controversa nomenclatura das espécies de orquídeas do Brasil elaborada pela CAOB, foi abandonada indefinidamente. Preferimos continuar totalmente errados e desatualizados com a desculpa que as mudanças ainda não terminaram. Pois tenham certeza que as mudanças NUNCA irão terminar. Cada nova descoberta científica abre um campo desconhecido de pesquisas e novas visões, que antes eram impensáveis, tornam-se óbvias e passam a ser ensinadas no jardim da infância. As mudanças não ocorrem apenas nos nomes das orquídeas. Basta estudar um pouco para perceber que o mundo que conhecemos mudou. As algas azuis (cianofíceas) agora são bactérias e portanto cianobactérias, estruturas anatômicas do homem, o mesmo Homo sapiens de sempre, mudaram diversas vezes. Quem já ouviu falar em omoplata (agora escápula), rótula ( agora patela), cúbito (ulna), perônio (fíbula), ouvido (agora o correto é orelha tanto para a parte externa, como a orelha média e interna). Para quem eu devo reclamar que os ossos do meu corpo mudaram de nome. Adianta fazer birra, beicinho, chorar no colo da mãe? A mudança não depende de nós. Ela acontecerá ou não, independentemente da vontade de 2 ou 3 seres da idade média. Já matamos e torturamos pessoas que afirmaram que a terra era redonda e que ela girava ao redor do sol. Alguém hoje duvida desta verdade?

Participo de uma entidade orquidófila para aprender, estudar, conhecer, entender um pouco mais das jóias preciosas que temos em casa. O que fazem as pessoas que não querem aprender e evoluir numa entidade que deveria ter por finalidade difundir o conhecimento? Se for apenas para massagear meu ego de proprietário de um mato que nem sei o nome, ficarei em casa assistindo a rede globo.Absurdos como este me lembram de uma exposição em Piracicaba, onde havia uma bromélia exposta e seu dono jurava tratar-se de uma orquídea, pois um antigo colecionador disse que era! 

É melhor participar, discutir, aprender aos poucos do que morrer na ignorância. Estudar é preciso. Como diz o ditado: pedra que rola não cria limo!

A CAOB perdeu. A orquidofilia brasileira perdeu. O bonde passa e ninguém embarca. Acho que isto é Brasil.