Há pouco mais de 15 dias, logo após a exposição de Franca, passei a enviar diversas correspondências por e-mail para a CAOB. A mola propulsora que deu início a esta série de correspondências foram as críticas feitas por membros da CAOB e seus representantes constituídos, os coordenadores de exposição e juízes. Mantive tudo até o momento longe do conhecimento geral, mas como nada foi feito e nenhuma resposta alguém dignou-se a enviar, acho que está na hora de tornar o fato público e colher a opinião dos leitores deste blog. pois gostaria muito de saber o que se passa com as outras entidades e se as falhas são generalizadas ou só acontecem com Piracicaba. Usem este espaço para enriquecer a discussão, mesmo que suas ideias sejam completamente divergentes das minhas e atire quantas pedras quiser no meu telhado de vidro.
Farei apenas um resumo dos fatos reduzindo ao máximo as inúmeras páginas de documentos enviados a CAOB, pois tenho certeza que todos desistiriam antes da metade da leitura.
Algumas críticas são frequentes, quase diárias e não prejudicam apenas nossa entidade: os pontos do ranking na página oficial da CAOB estão sempre errados (desde ontem por exemplo aparecem dobrados), as planilhas muitas vezes não são publicadas e ficamos sem saber os resultados da exposição, a planilha dos pódios de Santo André cujo julgamento ocorreu na quinta feira e a de Marília que foi na sexta ainda não foram divulgadas, lembrando que ela também não é mais entregue em papel para economia financeira e por motivos ecológicos, portanto ainda não sabemos quais as plantas premiadas nas referidas exposições (e hoje já é quarta feira, quando já pensamos na próxima exposição).
Algumas questões são pontuais e causam sempre prejuízos significativos para nosso desempenho:
- Existe na página principal do site da CAOB, o "Regulamento de Julgamento 2012". Se existe um código, o mesmo deve ser cumprido ou pelo menos mudado. Está explícito no regulamento que não deve ser punida pela forma (letra A na planilha de julgamento), as ESPÉCIES de paphio e monopodiais, por falta de conhecimento técnico dos juízes (palavras da CAOB e não minhas). Também está claro que as Anathallis necessitam de 10 hastes florais para pontuarem. Nada disso está sendo cumprido e a CAOB não altera o regulamento e nem obriga juízes e coordenadores a cumprirem o mesmo.
- As somas dos pontos muitas vezes são incorretas e frequentemente plantas ficam sem julgamento. Listei cada uma das vezes que o fato ocorreu para a CAOB, mas só para resumir e exemplificar, a planta que fez o pódio de mérito cultural em Santo André do Fernando e da Ana Olitta, ficou sem nota e o juiz anotou no espaço - "planta não encontrada" . Ela passou apenas quatro dias no pódio e o juiz não viu? O coordenador também não viu? Ninguém viu? E olhe que esta planta gerou uma grande polêmica, que já citei em outra postagem, pois foi enviada como Gomesa radicans e não queriam aceitar o nome, mesmo sendo o aceito por Kew. Se mesmo com tanta polêmica o juiz não sabe onde estava a planta, o que posso dizer? Já mandei um e-mail pedindo estes pontos, mas nem resposta obtive (como sempre). Na mesma exposição uma Euanthe sanderiana ficou sem julgamento.
- Os critérios de julgamento não existem. Um dos casos demonstra bem a situação, pois um Dendrobium glomeratum fez 5 pontos numa semana, recebeu estado floral na segunda e repetiu 5 pontos na terceira. Como explicar? Ela estava em botão na segunda semana mas aberta na primeira ou passada na segunda e novamente boa na terceira? Isto não existe. São os olhos, de quem julga sem critério (espero sinceramente tratar-se de miopia e não sentimentos pessoais que embacem a visão).
- Plantas raras e muito bem floridas estão sendo julgadas com descaso, talvez por desconhecimento do avaliador, mas enviar plantas para uma exposição é correr riscos de stress pela seca, calor, transporte, além de sujeitar-se a roubos, tombos, etc. Quando a planta é comum, reclamam que mandam muitas e não querem julgar, quando raras não sabem avaliar suas qualidades. Cada caso também foi discriminado e registrado para a CAOB, mas basta a ideia principal.
- A planilha de julgamento tem em seu rodapé as correspondências das letras com a punição em que enquadramos a planta (A - forma, B - pouca flor e assim por diante). As letras na planilha vão até L, mas em Dobrada criaram a letra M - recém plantada? Incluam pelo menos na planilha a referida letra, pois caso contrário podemos criar critérios indiscriminadamente: N - não gostei da cor do vaso, O - o dono da planta não quis me dar um pedaço, P - PQP que inveja, ..........
- Se olharmos os pódios das últimas exposições, temos híbridos monopodiais premiados na categoria VII, exclusiva para espécies e espécies premiadas na categoria VIII exclusivas para híbridos. Na maioria das vezes a categoria certa ficou sem plantas premiadas. Para exemplificar, em Dobrada o 1º lugar em híbrido monopodial foi uma espécie, a Doritis pulcherrima e em Batatais o 3º lugar para espécie monopodial foi uma Mokara, cruzamento de Vanda, Ascocentrum e Arachnis. O site da CAOB está aberto ao público e deveria servir de fonte de consulta. Quantos conhecimentos errados a CAOB está disseminando? Será este seu papel?
- Na página principal da CAOB existem vários "Avisos Importantes" e o de número 7 diz ser absurdo recursar e reclamar sobre o julgamento a posteriore, mas a planilha de julgamento, nunca está disponível para avaliação, ainda na sexta feira e não faz sentido transformarmos o recinto da exposição em um octógono, com ferozes lutadores de MMA combatendo até o último sopro de vida, na frustrada tentativa de tocar o objeto sagrado que é a planilha.
- Só para encerrar a enxurrada de lamúrias, recebi e corri pagar a anuidade da CAOB, pois quase morri de susto com a possibilidade de pagarmos 1% de multa AO DIA, além dos juros bancários pertinentes. Será esta a entidade que nos protege? Isto me faz lembrar todos os conselhos de classe )CRM, CROSP, CREA, CRN, COREN), ótimos para cobrar e punir, mas omissos em defender a categoria massacrada que representam. Não podemos nos esquecer da "simbólica" taxa de coordenação de 15% cobrada pela CAOB sobre os valores arrecadados com a exposição. Em seu "Aviso importante nº 6", diz que a mesma incide em todos os valores arrecadados, até patrocínios. Será que referem-se apenas as entidades que cobravam dos vendedores dois valores, um pelo espaço e outro para divulgação do evento, ou realmente sobre a ajuda da Prefeitura, empresas da cidade, etc. Como não está claro podemos ser surpreendidos por interpretações pessoais. Logo precisaremos de um empréstimo para pagar os custos da exposição.
Continuo sem respostas da CAOB. Os erros impressos no site da CAOB continuam lá, sem alterações. Os pontos do ranking estão errados. As planilhas dos pódios não divulgadas. As plantas não julgadas, ainda desrespeitadas, mesmo merecedoras de pódio.
Gostaria de ouvir as opiniões de vocês, pois se tantos erros foram identificados nas nossas planilhas, o que não encontraremos avaliando as outras das 200 entidades filiada a CAOB? Já disse inúmeras vezes nas correspondências e reafirmo em público que tenho a única finalidade de ajudar, contribuir. Mostrar as falhas é criar oportunidades de correção e melhoria. Entendo a dificuldade do trabalho a ser realizado e admiro a coragem de que se propõe a realiza-lo. Temos muito trabalho pela frente e não quero excluir-me dele. A meta comum é engrandecer a orquidofilia nacional e para isto precisamos fortalecer as entidades e sua coordenadoria, fomentar relações fraternas, colaborar, somar.